AO SOM DA MÚSICA QUE CANTAVAM
Nos anos sessenta, como representante
da ULU, União Limeirense dos Universitários, ao apoiar uma iniciativa do então
Vice-Prefeito, Oscar Antonio Breda (1964 a 1969), participei da criação do CASLI –
Centro de Assistência Social de Limeira (hoje, CEPROSOM). E como jornalista,
por muito tempo, continuava dando cobertura e divulgando os eventos ligados à
área do Serviço Social Municipal. Certo dia, depois de formado em Direito, fui
convidado a participar de uma reunião na Rua Tiradentes (em frente ao Ítalo).
Imaginei que se tratasse de algo relacionado ao Centro Coordenador das
Entidades Assistenciais de Limeira. No entanto, desde logo, os senhores Aldo
José Gonçalves e João Malaman informaram que eu, devido à minha formação, seria
eleito para assumir o cargo de Secretário do CAMPL, que teria como Presidente,
o Dr. Alcebíades da Silva Minhoto Jr., então Juiz de Direito do Fórum de Limeira.
E Vice, o Dr. Cássio Mônaco, representante do Ministério Público. E o que seria o CAMPL?
Ocorre que, no tempo em que Célio
Castelli presidia a ACIL (de 1971 a 1974), este conseguiu que o projeto social
da Guarda Mirim fosse substituído pelo sistema de educação iniciado na cidade
de São Carlos–SP, em setembro de 1960, pelo Juiz de Direito, Dr. Marino Costa
Terra, e sua esposa, a pedagoga, Ophelia Pierroti Costa Terra. Assim, ao propiciar
a conquista das primeiras empresas parceiras, a Associação Comercial obteve a fundação do “CAMPL – Círculo de Amigos do Menino
Patrulheiro de Limeira”, hoje denominado “Centro de Aprendizado Metódico e
Prático de Limeira”.
Havia sido contratada como Secretária
Executiva, a Senhora Evangelina Mauro, que seguia as diretrizes da Federação
Brasileira de Patrulheirismo. As quais tinham o objetivo de propiciar, aos
meninos, o desenvolvimento físico, moral e intelectual, conforme preconizado
por Baden-Powell. E isso se conseguiria através da trilogia: recreação (pelo
desporto), educação (pelo estudo) e profissão (pelo trabalho). No entanto, ao
reunir-me com D. Evangelina, juntos vimos que seria importante (como “fator de
Felicidade”) que se abrisse aos meninos a realização de suas Vocações. E
somadas à recreação seriam importantes, também, as práticas culturais e o
aprendizado artístico. Por isso convidei voluntárias a ministrar-lhes aulas de
Desenho. E ao adaptar algumas músicas para os festejos natalinos, juntamente
com a voluntária “Gigi”, irmã da Marilena Ramalho (que exercia o cargo maior no
Serviço Social), constatamos que muitos meninos tinham Vocação para a Música.
Por consequência, viemos a fundar o Coral do CAMPL (“Os Pequenos Cantores de
Limeira”). O qual se apresentou várias vezes na televisão; exibiu-se em muitas
cidades e até recebeu honras de “Hors Concours” num Concurso Nacional de
Corais, realizados no Teatro “Castro Mendes”, em Campinas. E, sob o patrocínio
do editor do “Guia de Limeira”, Dr. Vivaldo Ferrari, gravou um compacto duplo,
em comemoração ao “Sesquicentenário de Limeira”.
O Coral foi procurado por uma TV de
Campinas, para apresentação no programa rural das manhãs de domingo. A tese do
produtor seria mostrar cada cantor em sua “aldeia”... Embora estranhássemos
essa palavra, todo o empenho foi para bem atender à equipe de filmagem. Que
deslocara um imenso caminhão com equipamentos. Mas, só depois de termos
assistido ao programa, percebemos uma sensacional mudança no modo de ser dos garotos.
Evidenciava-se a felicidade! O sentido de realização pessoal! O que o
causaria?! Imagens do cantor, seu lar;
família; vizinhança; trabalho; contexto da vida e suas coisas típicas. Tudo ao
som das músicas que cantavam... Era o início da descoberta da “aldeia”! Um
valor fundamental para a melhoria social e fator de sentido de vida!...
REFERÊNCIAL:
Esta
crônica escrita por Paulo Cesar Cavazin foi publicada na secção
“Interatividade” do jornal “Visão Empresarial Limeirense (uma edição do
Informativo Empresarial de Limeira - tradicional “house organ” da Associação Comercial e Industrial de Limeira)” de
número 408, página 10, que
circulou de 17 a 23 de outubro de 2013.
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